Take a step to Dub - Antes de mais, como estão?
Matta - Muito bem obrigado.
TSD - Quem são os Matta?
M - Em primeiro lugar
Matta é um projecto a dois, visto ser um erro comum as pessoas pensarem que Matta é uma pessoa.
Ao nível da produção, produzimos principalmente Darker Dubstep, sempre tentando novas abordagens de modo a manter as coisas interessantes e frescas, não queremos que as pessoas sejam capazes de prever o que vamos fazer a seguir.
TSD - Conseguem se lembrar quando é que o djing/produção entrou na tua vida e o seu impacto que teve?
M - James: Eu entrei na produção por causa do Djing, foi por causa de ouvir a música que passava que me fez querer experimentar algumas ideias que tinha e ver o que acontecia.
A partir dai decidi entrar num curso superior de produção musical de modo aprender a produzir e lá conheci o Andy, começamos a trabalhar juntos e as coisas foram evoluindo ate aos dias de hoje.
Andy: Eu comecei a mexer em sintetizadores e sequenciadores quanto tinha 16 anos, mas só a partir de 2004 é que comecei a levar a serio e a dedicar mais tempo a produção, a partir dai tomou conta da minha vida e agora que temos shows com maior regularidade não há mais tempo para mais nada a não ser musica.
TSD - Como descobriram o Dubstep e o que mais gostaram nele?
M - Sendo nos londrinos já estávamos algo familiarizados e sendo que fazíamos compras em lojas como a Big Apple Records (de onde saíram as primeiras faixas) fez com que o nosso interesse fosse captado.
Sendo uma espécie de evolução do Grime e do UK Garage, mas com um tom mais negro e pesado também pesou no apelo inicial, outra das razões pelas quais gostamos foi porque era escuro como o Drum and Bass, mas tinha espaço para beats e sons mais interessantes devido ao bpm mais lento.
TSD - O que vos influencia e como começam a escrever uma nova música?
M - Nos começamos uma faixa a partir de uma pequena ideia que tenhamos e partir dai tentamos expandimo-la, uma vez feito este processo, fazemos uma pausa (tanto pode ser um hora como uma semana) para limpar a nossa mente e depois voltamos a pegar nela com os ouvidos frescos e vemos o que podemos melhorar e acrescentar.
Nos temos sempre ideias fluindo na nossa mente e também estamos sempre a experimentar coisas novas de modo a que não ficarmos entediados.
TSD - Vocês preferem trabalhar em software ou são mais amantes de hardware?
M - Principalmente software, mas temos algumas pecas de hardware.
TSD - Ao nível da produção, preferem produzir sempre dentro de uma linha ou gostam de explorar diferentes caminhos e estilos?
M - Nos gostamos de diferentes estilos de música, mas queremos geralmente manter um certo sentimento naquilo que fazemos, desta forma pretendemos sempre ter presente um elemento dark e pesado, quer seja numa linha de baixo ou determinado som.
TSD - Editaram no final do ano passado o álbum "Prototype". As reações que tiveram foram as que esperavam?
M - Estamos muito contentes com as reacções positivas que o álbum teve, e também o facto de ser editado pela
Ad Noiseam significou muito para nos, visto ser uma editora que apreciamos e é responsável pelo lançamento grandes trabalhos e tem sempre um nível muito alto.
TSD - Na vossa opinião, quem é o público que se identifica com a vossa musica?
M - Nós não pretendemos atingir nenhum determinado público-alvo, sendo que muitas vezes somos surpreendidos com a diversidade de pessoas que ouvem as nossas coisas, mas se tivéssemos de classificar a maioria dos públicos para quem tocamos, diríamos que é uma mistura de fãs de Dubstep e IDM, parece que fazemos uma ponte entre os dois.
TSD - Como vêem o actual Estado do Dubstep?
M - De momento parece-nos de muita boa saúde.
O Dubstep como qualquer outro estilo de música evolui e progride ao longo do tempo, apesar de muitas pessoas actualmente se queixarem sobre a cena, há muita boa musica sendo feita actualmente.
TSD - Em termos musicais, que projectos chamaram a vossa atenção nos últimos tempos?
M - Depende das pessoas envolvidas e se somos fãs da sua musica, mas pessoas como o
Photek que regressou para produzir Dubstep realmente captou a nossa atenção, mais recentemente o trabalho entre os
16bit e a B
jork é algo que esperamos ansiosamente ouvir.
TSD - Quais são os vossos objectivos para o futuro?
M - Gostaríamos de produzir outro álbum, mas desta vez a partir do zero para que possamos estruturá-lo como queremos e para experimentar um pouco mais, além disso de que seria óptimo continuar tocar, mas talvez para um público maior.
TSD - Qual a pergunta que nunca vós foi feita e que gostariam que vós fizessem?
M - Muitas pessoas pensam que somos irmãos e nunca ninguém nos perguntou sobre isso.
TSD - Vocês são irmãos?
M - Não somos.
TSD - Para terminar pedimos que deixassem uma mensagem aos nossos leitores?
M - Em primeiro lugar gostaríamos de agradecer a todos que nos apoiaram ao longo dos anos.