Take a step to Dub - Quem é o LPX?
LPX - O LPX foi sempre o alter-ego artístico de Nuno Santos.
Inicialmente tratava-se de um alter-ego para assinar desenhos que fazia nas mesas das aulas, entretanto o desenho ficou para trás, e chegou a música, mas a assinatura manteve-se.
TSD - Quando é que a produção/djing entrou na tua vida e que impacto teve?
L - Depois da euforia das primeiras festas a que fui (estávamos em 1999), estive sempre em contacto com música electrónica e cenas super diferentes.
Tudo isto se deveu em grande parte ao meu grande amigo Kitos (aka King Fu, mentor do Omega 3 e na altura residente no Insólito Bar aqui em Braga), que andava sempre com as últimas tendências dos mais variados estilos a bombar no carro.
No lado da produção, um grande amigo meu que na altura assinava como Nisios, era um produtor exímio e ficava horas colado a fazer música.
A junção destes factores levou-me a comprar o material e a seguir o que sentia, mas na minha própria onda, que na altura nem sabia muito bem como se chamava, só mais tarde descobri a designação genérica "Breaks".
Estava definido o LPX! Eram os Breaks que o faziam vibrar! Estávamos em 2003.
Os primeiros dois anos foram super entusiasmantes, concorri consecutivamente a 3 ou 4 concurso tendo sempre indo à final (Heineken Found @ Thirst, Antena 3 Super Sets, Curto Circuito (SIC Radical), etc). Essas foram experiências bastante marcantes das quais ainda hoje tenho boas memórias de vivências e de amigos!
Os anos seguintes foram mais calmos porque estava a meio da minha licenciatura e não podia aplicar tanta energia a esta faceta.
TSD - Como é que o Dubstep entrou na tua vida e o que mais te chamou nele?
L - O estereótipo do Dubstep, tal como o conhecemos hoje em dia, só entrou na minha vida há dois ou três anos quando o King Fu começou a passar cenas emergentes no Omega 3.
Confesso que na altura não curtia e até criticava! Mas como é normal, primeiro estranha-se, depois entranha-se, hoje sei bem o que gosto e o que não gosto. Curiosamente, ouço cenas mais antigas e encontro o ritmo típico de Dubstep, em cenas que supostamente até nem o são.
Quem não sabe é como quem não vê!
Mais recentemente, a proximidade com o Mc Tresh fez com que entrasse na produção deste estilo, foi algo muito interessante, pois ele vem do mundo do dnb e eu dos Breaks. Foi uma boa fusão, abriu-me novos horizontes!
TSD - Como vês o actual estado do Dubstep?
L - Não gosto de "ver" assim as coisas.
Para mim, música é música e tem fases, há sempre gente a surgir e desaparecer, com eles surgem estilos e sonoridades novas, as vezes melhor, outras vezes pior...
TSD - Em termos musicais, qual ou quais os projectos que tem te chamado atenção nos últimos tempos?
L - FREEAR, Deeply Unexpected, Barely Legit, EiN, Skælp são apenas alguns dos nomes que me ocorrem assim de repente, procurem no soundcloud.
TSD - Quais são os objectivos para o futuro?
L - Ter mais tempo para a música, actualmente apenas uma pequena parte do meu tempo livre disponível se aplica à música.
Unir cada vez mais a parte tecnológica (que é a minha área profissional) à música, o LIVKONTROL é o primeiro passo nesse sentido e espero que este ano seja de consolidação no mercado.
Expandir-me cada vez mais para fora do país, pois acabo sempre por ter muito melhor feedback quando toco lá fora do que aqui. Sinto-me a remar contra a maré!
TSD - Uma mensagem para os nossos leitores?
L - Obrigado ao projecto Take a Step To Dub por este convite, acho que é um trabalho de louvar e que deve ser apoiado por vocês leitores. Partilhem!
Gostava também de apelar a um consumo cada vez maior do que é nacional.
Até nisto Portugal importa muito, temos de exportar mais música e talentos, temos bons artistas!
Toca a ir lá pra fora!