Num abrir e fechar de olhos, entramos na recta final de 2017, e tal e qual qualquer estabelecimento comercial, está na altura de avaliar o ano que passou, e fazer o balanço & inventário do que ficou para trás.
Para tal, convidamos seis bassheads, a dar-nos o seu feedback do universo Bass em 2017.
Fechamos aqui a nossa analise da cena bass em 2017, esperamos que tenham gostado (não deixem de partilhar a vossa opinião nos comentários também), damos agora a palavra a Sandro Silva:
TSD - Boas Sandro, apesar de ser uma pergunta mais do que clichê, nesta altura do ano. Que análise fazes do universo Bass em 2017?
Sandro Silva - Acho que foi mais um bom ano para quem esteve atento, com alguns artistas e editoras a estabelecerem-se de forma mais marcada, e um avanço no tipo de som a ser produzido, o que é sempre bom de forma ao mesmo não estagnar e não se repetir o que já foi feito. Continua a haver bom bass para se ouvir, e para todos os gostos.
Por cá, a crew Mais Baixo continua a fazer showcase do Soundsystem por eles construído e tivemos a visita do Mala a Lisboa, que não desiludiu de forma nenhuma. O que mais pedir?
TSD - Posto isto, quais foram os nomes e trabalhos, que mais se destacaram para ti, durante o ultimo ano?
S - Acima de todos os outros penso que a EVA808. Dois EP’s dela este ano, “Oyuki” e “Prrr / ALL CAPS” e tanto um como o outro são muito bons, ela tem um som bem próprio, funde alguns elementos de hip-hop com o dubstep (até houve homenagem a MF DOOM no tema ALL CAPS) e sai-se muito bem.
Pinch voltou com 2 EP’s também, Brain Scan e Water Bomb, ambos da qualidade a que nos habituou.
Os Truth com um dos temas do ano, “Lion”, na Deep Medi, que acho que só perde o título para o Prrr da EVA808.
Em termos de editoras, destaques para a Crucial Recordings com o Crucial EP Volume 1 que tem temas de Saule & Moonstones, Mesck (também gostei muito do The Veil dele), Sleeper, Oxóssi e Samba. A White Peach e Chord Marauders também tiveram bons lançamentos este ano, onde destaco os álbuns de Geode e Jafu, Beluga e Second Impressions respectivamente, na Chord Marauders, como se sabe uma editora com um dubstep mais melódico, muitas vezes com uns toques no jazz, ambos grandes trabalhos, o Geode eu já nem sei o que diga, sempre que lança alguma coisa vai para os meus favoritos.
Em retrospectiva um grande ano, nem dá para escrever tudo o que houve de bom, senão nunca mais saía daqui hahah
TSD - Para fechar e como não podia deixar de ser. O que esperas para 2018?
S - Gostava que houvesse uma aposta mais forte por parte dos promotores na bass music, nos 140 bpm.
Pelo Mala tenho a certeza que não fui o único a fazer mais de 100 km, mas tenho certeza também que com outros artistas e com maior frequência de noites de dubstep, não se deixava de encher as venues. E não centrar tanto a coisa em Lisboa!
De resto, e como sempre acontece, espero que continuem a aparecer novos artistas com novas ideias, e que a nossa comunidade continue assim unida e a dar apoio aos que nos fazem mexer os pés. Isto é dar e receber, e não só no Natal.
5ª Parte, assinada por Tiago de Almeida vindo de Berlim (DE)
Take a step to Dub - Boas Tiago, apesar de ser uma pergunta mais do que clichê, nesta altura do ano. Que análise fazes do universo Bass em 2017?
Tiago - Acho que esse universo continua em expansão. O meu interesse sempre esteve mais no que se passa nas fronteiras e intersecção de géneros ou experimentação e este ano houve bons exemplos de álbuns que verdadeiramente puxam barreiras.
TSD - Posto isto, quais foram os nomes e trabalhos, que mais se destacaram para ti, durante o ultimo ano?
T - Para mim a perfeita definição de Dub nos dias de hoje ainda é o The Bug. Tanto o álbum com Earth, “Concrete Desert” como o último 12” “Bad/Get Out The Way” demonstram como dois extremos sonoros atingem o mesmo nível de intensidade.
Um dos meus álbuns preferidos este ano foi o de Jay Glass Dubs, “Dubs”. Um perfeito exemplo de desconstrução e abstraccionismo Dub.
Seguindo a mesma linha e editado na Bokeh Versions do Sul de Londres (onde Jay Glass Dubs editou maior parte do seu trabalho), fiquei também bastante contente com o 12” de Seekersinternational, “RunComeTest”.
Gostei bastante do segundo álbum de Equiknoxx, “Colón Man”. Dub, Dancehall, Juke… Uma misturada de sons com um toque de futurismo que se mantém inacreditavelmente coesa ao longo de todo o álbum.
Saliento também o “Mercury’s Rainbow” de Zomby , o “Brain Scan” do Pinch e o “Subtemple” de Burial.
E não posso deixar de mencionar álbuns que, apesar de não serem Dub, estiveram em modo Repeat, tais como Caterina Barbieri, Alessandro Cortini, Hotel Neon, Lawrence English… Tanta boa música!
TSD - Para fechar e como não podia deixar de ser. O que esperas para 2018?
T - A nível de trabalho pessoal, talvez um regresso do meu projecto 1Way. Usando o meu nome próprio tenho trabalhado noutras áreas musicais, o que continuará a acontecer este ano.
Em relação a outra música, normalmente prefiro ir consumindo o que sai ao longo do ano, sem grandes expectativas, para evitar desilusões.
4ª Parte, assinada por Sven Ramsez, vindo de Enschede (NL):
Take a astep to Dub - Hi Sven, despite being a cliché question. What analysis do you make of the Bass scene in 2017?
Sven - I think the bass scene, especially the dubstep scene had a new high, so much good releases this year, i think its dubsteps second renaissance.
TSD - That said, what names and works stood you out during this year?
S - Without any order...
Labels: Encrypted audio, Version Collective, Deep Dark and Dangerous, Crucial Records;
Artists: Distinct Motive, Kloudmen, Mr K, Dalek One, Myxed Up, Reaction, Roklem Dubs, Hebbe, Melle, Bukez Finezt, Sleeper, Sepia.
TSD - To close... what are you waiting for 2018?
S - I think because of a good 2017, the scene is veey hungry now and it's possibly gonna top that year in quality.
3ª Parte, assinada por Francisco Olivença de Lisboa:
Take a step to Dub - Boas Francisco, apesar de ser uma pergunta mais do que clichê, nesta altura do ano. Que análise fazes do universo Bass em 2017?
Francisco - Este ano o universo Bass teve bons destaques a nível nacional com múltiplas entradas de Holly e Razat no Noisia Radio Show A nível internacional, Sorrow a manter a qualidade a que estamos habituados com a faixa "Want U Back", o regresso de Killsonik (Chasing Shadows) com "Never Dream Of Dying", a estranha mistura de géneros de My Nu Leng - "Senses" e do Projecto Unity de Culprate, que conta alem de outros produtores já conhecidos, e a colaboração da comunidade da Twitch.tv. Por fim o género abrangente leftfield bass, com o mindfuck do Former & Noisia - Pleasure Model e a profundidade de Om Unit com a voz calmante de Amos em What I Can Be.
TSD - Como não podia deixar de ser. O que esperas para 2018?
F - Para 2018, nunca se pode deixa de rezar ao deus Skream por um comeback no dubstep, a confirmação do nome e artista da musica apresentada por Kahn no Boiler Room Lima ao minuto 20 do set(a comunidade aponta para Commodo) e o álbum ou EP possa surgir juntamente com esta enigmática faixa.
Em Portugal, desejo a evolução da Mais Baixo com mais e melhores festas!
2ª Parte, assinada por Augusto Sala, vindo de Curitiba (BR):
Take a step to Dub - Boas Augusto, apesar de ser uma pergunta mais do que clichê, nesta altura do ano. Que análise fazes do universo Bass em 2017?
Augusto Sala - Acho que o Universo do Bass, tem estado em frequente transição ao longo dos anos, meio que uma ascensão, queda, e nova ascensão. A musica deixou de ser queimada pelo mainstream, e está se mostrando potente outra vez, um universo novo de sonoridades estão sendo exploradas, e isso só vai crescer ao meu ver, a música do futuro apenas se desenvolve.
TSD - Posto isto, quais foram os nomes e trabalhos, que mais se destacaram para ti, durante o ultimo ano?
AS - Em relação a nomes e trabalhos, acho que a cena brasileira só tem crescido no Brasil, um dos pontos fortes é a SubVertentes, que une colectivos de todo o Brasil, para fazer uma festa (de graça) nas ruas de SP, trazendo todos os artistas para junto do moshpit com o publico... a sensação é indescritível!
Apesar de existirem, vários artistas novos entrando na cena, os trabalhos que se destacam para mim são selos Encrypted, FatKidOnFire e a Deep Medi em geral.
TSD - Para fechar e como não podia deixar de ser. O que esperas para 2018?
AS - Para 2018, espero lançar meus primeiros projectos musicais, parando apenas com a selecta. Além disso espero também que o género continue a evoluir, e que as pessoas conheçam mais o estilo do grave.
1ª Parte, assinada por Pedro Santos do Porto:
Take a step to Dub - Boas Pedro, apesar de ser uma pergunta mais do que clichê, nesta altura do ano. Que análise fazes do universo Bass em 2017?
Pedro - Boas TSD, sinto que este ano cresceu ainda mais, estou a ver cada vez mais editoras a lançar em vinil, cada vez mais apostam em pessoal não tão conhecido, e as que já têm nome sempre a dar-nos boa qualidade, pelo menos fora de Portugal… mas tirando isso esta bom de saúde e recomenda-se!
TSD - Posto isto, quais foram os nomes e trabalhos, que mais se destacaram para ti, durante o ultimo ano?
P - O Ep do Ago na Innamind, a Unity Through Sound e a Rarefied lançaram aí boas cenas, e o meu bro Zygos que esta aí a partir a louça toda.
TSD - Para fechar e como não podia deixar de ser. O que esperas para 2018?
P - Espero que continue assim, que cresça da maneira como está a crescer, a pegar em influências de tudo, e desejo também que em Portugal cresça em relação ao movimento bass /Dubstep, que deixem de ter medo de apostar, que abram os horizontes para esta cultura.