O convidado especial desta semana do "A conversa", é o conhecido produtor Húngaro Matt-U.
Take a step to Dub - Antes de mais, obrigado por nos teres concedido esta entrevista.
Para começar, quando é que entras-te neste “ mundo electrónico” e porquê?
Matt-U - Comecei a produzir em 1997, quando tinha 15 anos.
Encontrei um programa no meu computador denominado fast tracker e fui deslocando samples aqui e acolá, e dei conta do quão engraçado era fazer peças musicais que representavam o meu estado de espírito na altura.
Fazia todo tipo de música, desde House, passando pelo Breakbeat até Happy Hardcore.
Por volta do ano 2000 fui à Inglaterra, e foi aí que ouvi Drum & Bass pela primeira vez e fiquei rendido (especialmente pelas produções do Kemal), soube imediatamente a direcção que queria seguir.
Alguns anos passaram até atingir um nível de produção que pode-se mostrar às editoras, sendo que em 2004 tive o meu primeiro lançamento pela Black Sun Empire Recordings.
TSD - Após todos estes anos, tens preferência em trabalhar sozinho ou com outros?
M - Ser produtor significa muito trabalhares por conta própria, hoje passados 15 anos ligado a produção, posso afirmar que me foco na produção principalmente quando estou sozinho no estúdio.
De longe a longe, é óbvio que beneficias em cooperar com outros músicos para aprender alguns truques, aprender diferentes modus operandi, sendo que também é muito interessante ver como diferentes pessoas abordam a mesma faixa inicial de diferentes maneiras.
TSD - O que é que sentes acerca da tua evolução musical e das experiências dela adjacente?
M - Isso é uma boa pergunta! Quando me sinto confortável num género específico, tenho tendência a explorar este ao máximo, aprendendo todos os seus truques e experimentando tudo o que possa, embora acho que é benéfico para um produtor explorar outros géneros musicais.
Dito isto a minha evolução musical não é muito estimulante ou excepcional, estive durante anos ligado ao Drum & Bass até que mudei para Dubstep, como muitas outras pessoas.
No entanto, eu gosto de acredito que todos aqueles anos experimentado diferentes sonoridades, valeram a pena e graças a isso criei a minha sonoridade.
TSD - Passado quase um ano desde do teu último lançamento pela Black Box, lanças-te no início do mês "Black Lodge" e agora "Frequency". Algum motivo em especial para tal afastamento?
M - Haha, sim, o meu segundo filho nasceu no verão passado e as responsabilidades familiares têm me ocupado muito tempo, além disto sou gerente na Teva Pharmaceuticals Ltd, o que significa responsabilidades a tempo inteiro, desta forma só me sobra as noites para produzir, se pudesse mudar uma coisa, aumentava o dia de 24 horas para 28, de forma a que eu pude-se ter as minhas 8 horas de sono.
TSD - Neste ultimo lançamento podemos ouvir algumas experiências de Breakstep e heavy dark rollers. Estas ainda a tentar descobrir o teu caminho ou apenas a testar novo material?
M - Não é todos os dias que há a possibilidade de trabalhar num Ep para uma editora respeitada como a Black Box, a minha ideia foi preencher o ep com músicas a 140 bpm, mas de uma forma que pode-se mostrar todas as sonoridades que explorei ao longos dos anos.
TSD - Gostas-te de trabalhar com o Killawatt?
M - Foi uma colaboração via Internet, visto ser a maneira mais pratica de colaboramos, uma vez que eu vivo em Budapeste, na Hungria e o Killawatt em Inglaterra.
Basicamente eu enviei-lhe uma ideia inicial, ao qual ele adicionou alguns samples, após 4 a 5 rondas a musica estava feita.
Ele é uma pessoa muito porreira e um produtor muito talentoso, espero que um dia possamos trabalhar numa faixa "ao vivo".
TSD - Apesar do ep estar ainda muito fresco, como tal sido ao nível das reacções?
M - Ainda fico excitado sempre que ouço as minhas músicas na BBC Radio 1, ver o Skream e Benga a tocar a “Frequency” quatro vezes seguidas no seu programa e a “Threshold” dá-me uma confirmação positiva.
Visto o ep ser recente, ainda é muito cedo para analisar ao nível de vendas, acima de tudo continuo a ouvir boas respostas e no final do dia é o que me importa realmente!
TSD -Em termos musicais, qual ou quais os projectos que tem chamado atenção nos últimos tempos?
M - O meu próximo lançamento irá ser através da Pressed Records; duas músicas com vocais de nomes grandes como os Foreign Beggars, Kyza, Marger e Illaman.
A ideia de colaborar com eles, veio de lançamentos anteriores da Pressed camp e como eu sempre gostei muito da mistura de Dubstep e Grime em músicas como de Ruckspin, Medison & Kyza – Space.
Aparte disso tenho gostado do trabalho dos Genetix, do De Niro e do pessoal italiano da NoMad.
TSD - Musicalmente o que pretendes alcançar num futuro próximo?
M - Gostava de poder trabalhar em mais umas músicas de Grime, tenho mais alguns Mc’s em lista com quem gostava de poder colaborar. Gostava também de testar o meu som em outros géneros musicais, tenho alguns projectos de House que comecei mas nunca os acabei.
TSD - Para fechar, gostarias de deixar alguma mensagem?
M - Um grande abraço para todos em Portugal!
Eu estive aí apenas uma vez, durante uma semana, mas nunca me esquecerei visto ter sido a minha lua-de-mel.
Cumprimentos para a Taylor’s no Porto, nunca pensei estar tão bêbado no final da visita guiada.
Espero um dia voltar e ver como é a cena aí.
English version in here.
Uau!!! <3 matt-u
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