terça-feira, 12 de agosto de 2014
Fable lança álbum de estreia
Depois de ter lançado "The Deeper than Roots EP" pela editora DTR da sua cidade natal Nottingham, Roberto Barcherini mais conhecido como Fable no mundo dos graves, lança o seu primeiro álbum de forma independente, após mais de 8 anos de noites sem fim em produção musical.
Com o nome de "Transitions", este trabalho contém 15 faixas de autoria própria, incluído uma colaboração com Congi.
Como em qualquer álbum bem conseguido, Fable mostra aqui todo o seu espectro de sonoridades, que faz com que “Transitions” seja o reflexo do percurso deste produtor britânico.
Neste lançamento não existe barreiras, tanto nos bpm's como a nível de sonoridades, proporcionando uma viagem entre a vertente mais Dub até a um lado mais melódico e deep, sempre com uma fortíssima presença dos seus graves pujantes e percussões ritmadas e por vezes fortemente influenciadas pelas mais tradicionais tribos africanas.
Começamos pelo tema "Intro", que tal como o nome indica trata-se do tema de introdução de "Transitions", em 1:52 minutos de ondas sonoras, Fable consegue resumir este trabalho em uma só música, que ao ouvir nos deixa ficar de água na boca e ansiosos pela seguinte, que será o tema "Anna Log".
Um tema onde só o nome Fable poderia estar do lado esquerdo do nome da faixa, com uma percussão ritmada e intensa e com um low-end que faz lembrar uma praia, com ondas de graves a cada beat, na faixa seguinte, "PCP $moke", a maré fica preia para uma sonoridade mais grimey e só se avistam ondas de graves de quatro em quatro beats, mas para qualquer surfista dos graves, o que conta não é a quantidade, mas sim a qualidade e neste caso ela é comprovada.
Depois de uma bela surfada de graves, vamos directamente para a Jamaica para um belo bass-joint, cortesia de "Time", quarta faixa de “Transitions”, que marca a quase inevitável presença de Congi neste trabalho, esta faixa mostra sem dúvida um lado mais Dub, com graves corridos, leads em contratempo e uma percussão ritmada, ajudando no peso debilitado pelo low-end. Uma pequena curiosidade, esta faixa já passou pelo dancefloor português, onde foi notório o poder da mesma.
Em seguida temos a quinta e a sexta faixa, com o nome de "Bounce" e "Dragon's Guard" respectivamente.
Nestas duas faixas, é notória a transição de sonoridade, Fable apresenta-nos aqui um lado mais melódico e deep, sempre mantendo o pujante elemento sub de forma a não perderem o weight que este mesmo nos habitua com os seus trabalhos.
De destacar que uma das muitas coisas boas deste lançamento é que ainda só vamos a meio.
Na faixa 7 é nos apresentado o tema "Lemon Hed", e é basicamente um teste de resistência para os ouvidos, são 4:37 de pura exposição ao grave, juntamente com uma atmosfera misteriosa e obscura.
Depois de percorrer-mos de "Lemon Hed", levantamos voo para uma pequena visita ao cosmos, com paragens em "1991", "Oscillating Dreamz", "Stormi" e "Miss Me", onde presenciamos um lado mais melódico e deep deste trabalho.
A faixa 12 é a que dá o nome ao álbum, chamada "Transitions", nesta faixa podemos encontrar um elemento único neste trabalho: SWING.
Com percussões ritmadas, graves corridos e leads que fazem levantar os ombros ou abanar a cabeça, esta faixa é sem dúvida uma daquelas que se tem de voltar atrás para ouvir novamente, ou então, para aqueles mais curiosos, talvez seja melhor avançar na tracklist e encontrar "Stuck in My Zone", que julgo apenas haver uma palavra que a descreva: GENIAL.
Uma completa mistura de sensações, começamos com uma atmosfera misteriosa e seca, que depois se torna opaca, inundada de graves e percussões, e quando se espera por algo mais cavernoso, entra um pad angelical que se mantém até ao final da faixa, que nos prepara de certa forma para as duas ultimas deste trabalho, com "EXP", provavelmente a faixa mais suave e coberta de soul de "Transitions", onde podemos fechar os olhos e reflectir sobre a "Vida", faixa que encerra assim este maravilhoso trabalho com leads hipnotizantes e descargas de suaves de graves.
Escrito por Paulo Metrica Queirós
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