terça-feira, 30 de novembro de 2010

Conselhos para melodias descartáveis 06
















Depois de ter revisto álbuns com edições já ligeiramente passadas, para esta semana a escolha é de um álbum com edição prevista a 6 de Dezembro. Tem se tornado comum, que os alguns dos meus álbuns mais marcantes tenham edição, no inicio e no final do ano. Tal como o álbum de Gonjasufi, sufi and the killer, lançado em Março, já no top dos meus álbuns do ano. O Fabric desta vez misturado/tocado por Shackleton não e excepção. Quando digo tocado, refiro-me em estilo live-act num mix e composto somente por músicas de Shackleton, algumas já editadas, outras que nunca serão editadas, incluindo partes ou interlúdios que concerteza nunca serão editados e propondo ser uma reprodução de um set de uns meses atrás, numa das salas do clube.

Embora Shackleton seja já detentor de um numero considerável de edições, de já ter começado e acabado um par de editoras (a defunta Skull Disco e a nova Woe To The Septic Heart!), um álbum a solo e uma coisa de que ainda estamos a espera. A recente edição “Three Eps” na editora alemã Perlon foi o mais aproximado, mas como o nome o diz, e mais uma colecção de músicas. Sendo assim, este mix será o mais aproximado a um álbum e visto de esse ponto de vista, estamos presentes a um dos mais intensos e viciantes álbuns do ano.

Sons percussivos são a ordem do dia, as batidas são maioritariamente desprovidas de charolas e o único rasto de melodia esta muitas vezes só presente nos graves ultra pesados e profundos. Vozes foram sempre também uma fonte a que Shackleton recorreu, nomeadamente nas colaborações com Vengeance Tenfold, mas mais recentemente, samples tirados talvez de um álbum de “self help”, como em Negative Thoughts, ou ate apontamentos mais espirituais como em Hypno Angel e Busted Spirit. Se "Three EPs" apontava talvez para uma formula associada a sons techno minimal típicos da Perlon, aqui notam-se alguns aproximamentos a sonoridades ligadas a musica do mundo, o que não e de todo difícil de posicionar no seu tipo de som. Faixas mais antigas como Death Is Not Final ou Moon Over Joseph’s Burial sentam-se confortavelmente lado a lado a produções mais recentes como Man On A String, faixas que apesar do ambiente soturno retêm ainda elementos cativantes ao ouvido. Importante também referir a recente remistura que Shackleton fez para os congoleses Kasai Allstars, não incluída neste álbum, mas que denota completamente esta nova vertente.

Poder-se a facilmente marcar este álbum como não sendo dirigido para as pistas de dança, mas tendo visto Shackleton um par de vezes em clubes de media e grande dimensão, e sendo esta uma edição vinda de um dos maiores clubes londrinos, e prova suficiente que de facto este é um álbum para a pista. Os movimentos das frequências baixas provocam estados de consciência hipnotizantes e movimentos corporais estranhos, conseguido por uma das maiores habilidades constantemente esquecidas da criação de música electrónica, contenção. Durante a hora e meia deste álbum não há um único uso de truques de antecipação ou ate de quaisquer formas de composição. Em vez disso, os elementos encadeiam-se uns nos outros, como que vindos das mesmas tribos por vezes com apontamentos aparentemente desconexos, talvez resultado de breves visitam por membros de outras tribos.

O único apontamento menos positivo deste álbum poderá ser que, visto ser um numero da colecção Fabric, não contem o já legendário trabalho artístico de Zeke Clough que já acompanha as edições de Shackleton e algumas outras, mais ou menos relacionadas, desde o inicio. Aparte isso, isto e um álbum extremamente marcante, viciante, e que ainda que seja oficialmente um mix-cd, funciona perfeitamente como um álbum de audição continua e se recomendada em doses largas.

Abraços e ate para a semana com o review de Buster.

1Way

Shackleton - Fabric 55 - 30min excerpt by factmag

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Buster TSD Exclusive Mix + Entrevista


Take a step to Dub - Quem é o Buster?
Buster - É um apaixonado por musica.

TSD - Quando é que o djing entrou na tua vida e que impacto teve?
B - Bem, em 98,comecei a tocar Dub com um amigo numas festas que aconteciam num centro social aqui em Brixton.
Depois em 99 um outro amigo comprou uns technics e comecei a tocar Jungle e Drum'n'Bass com ele no circuito das free-parties em Londres.
Juntando-me depois ao 'PITCHLESS' sound-system no ano a seguir e de repente 11 anos passaram.
Dj'ing teve um impacto enorme na minha vida, ate hoje, mais que tudo fez-me ter a possibilidade de passar por momentos que de outra forma nunca os teria tido.
Sem duvida 'it's a way of life.

TSD - Como é que o Dubstep entrou na tua vida e o que mais te chamou nele?
B- Em 2006 conheci o 1way e começamos a fazer juntos algumas sessões de rádio, onde na altura estávamos os 2 a tocar Breakbeat e Roots Dub, mas ele já por vezes tocava algumas faixas de Dubstep que chamaram a minha atenção e fizeram eu ir a procura de mais desse som. Acho que o que me sempre atraiu no Dubstep foi a sua sonoridade e todas as influencias que o Dub original tem no mesmo.

TSD - Como vês o actual estado do Dubstep?
B - Na minha opinião o Dubstep esta a passar por uma fase como o Drum'n'Bass já passou a alguns anos atrás, cada vez está-se a expandir mais em termos de som e depois do 'boom' que teve a pouco tempo e natural que se torne ainda mais mainstream, mas haverá sempre aqueles fieis as suas origens.

TSD - Em termos musicais, qual ou quais os projectos que tem te chamado atenção nós últimos tempos?
B - É difícil responder a esta, visto haver, tanta boa musica a ser feita no momento, mas tenho seguido com bastante interesse o que produtores como o SEVEN, N-TYPE, DJ MADD e o F tem feito ultimamente.

TSD - O ano está a acabar, tens alguma resolução de ano novo?
B - Don't worry,be happy!!!



Mais info's em http://takeasteptodub.forumeiros.com/zona-pai-natal-f7/buster-tsd-mix-exclusivo-tsd-t294.htm

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Compilação Ringo - Swarf Pot


O estúdio Transition no Sul de Londres, do grande Jason Goz, é conhecido por ser a primeira porta a que artistas como Mala, Coki, Loefah, Burial, Kode 9, Skream e Benga vão bater para quando querem os seus dubplates cortados.

É também a casa de duas editoras que Jason tem, Transition Recordings e Ringo Recordings (em homenagem ao seu cão que partiu).

No dia 13 de Dezembro a Ringo lançara Swarf Pot, que será a sua primeira compilação com alguns dos seus melhores lançamentos feitos até a data juntamente com faixas de futuros lançamentos.

O álbum será lançado em 2xCD e digitalmente.

Tracklisting:

Disco 1
Wiseman – Distance & Skream
The Germ – Benga
3 Phase – Benga & LD *
Bass – Coki
Travels – Distance & Skream
Hovercraft – Cluekid
Electro Scratch – Benga
Assumptions (Skream remix) – G Squad
Swing Dat Skirt – LD
The Intro – Cluekid & LD
Get Up – Kromestar
Kinky – Skream

Disco 2
Sinners (Mala Remix) – Johnny Clarke
Clock Watching – LD
Tell Me (Silkie Remix) – Mr Lager Ft. Alyce Be *
Don't Wanna Cry – Cluekid & LD
Assumptions (Benga Remix) – G Squad
Jays Reece – Cluekid & LD
Yes Yes – Benga & LD *
Goblin – Coki
Guerilla Warfare – LD
It's Yours – Loefah

* – Exclusivo para a compilação

quinta-feira, 25 de novembro de 2010



Desde do dia um que a missão do Take a step to Dub é ajudar a divulgar o Dubstep.

Com isto surgiu o forum primeiro e mais recentemente o blog, apesar de ser uma viagem mais ou menos acidentada, tem sido um experiência deveras agradável.

Como foi anunciado no forum este projecto surge no segmento de uma ideia já discutida num tópico, mas nunca realizada, como tal decidimos lançar o repto/proposta a todos os interessados em participar na criação de uma compilação dedicada apresentar e divulgar a produção do Dubstep feito por cá.

Assim sendo pedimos todos os interessados em participar nesta iniciativa para entrar em contacto connosco via email ou via facebook.

Obrigado
Abraço

sábado, 20 de novembro de 2010

Conselhos para melodias descartáveis 05


Undivided é o álbum de estreia do francês Helixir na 7even, incluindo 10 novas faixas e também o tema Atlantis anteriormente lançado como um 12" álbum sampler pela mesma editora.

O que logo de inicio nos chama a atenção neste álbum e o empenho deste produtor francês em conseguir criar uma atmosfera sonora, dominada por reverbs e echos, chegando a lembrar algo retirado de uma exploração sonora subaquática.

Devido a isso, alguns consideram que 'Undivided' ira agradar a ouvidos mais fora do mundo Dubstep, do que aqueles que estão dentro.

Mas nem tudo são pings e bleeps de uma sonda submersa...'Ride the wind' (faixa mais dirigida ao dance-floor), encontra um balanço perfeito entre subs turbulentos e ritmos melódicos.

Em 'Black cat','Quiet Storm' e 'Undivided', o beat aproxima-se mais ao dub-tech .Pela forma como são produzidas estas faixas tornam-se ideais para a escuta em surround sound, permitindo-nos uma imersão total na narrativa sonora construída.

E aqui, que o som de Helixir ganha sua maior consistência e maturidade quando a sua experimentalidade sonora entra em paralelo com os ritmos expansivos a que este produtor nos tem habituado.

Com um toque de subtileza francesa nos sons techy-garage britânicos, (como em 'I've (Never) Wanted To Hurt You') , 'Space Traveling',Helixir envolve-nos através uma estrutura percussiva minimalista , reportando-nos as sonoridades de Untold.

Em suma, Undivided não e um álbum exclusivamente para home-listening, devido a incontinuidade da exploração sonora subaquática mencionada antes.

Mas sem duvida e aconselhado para ser ouvido nas raras sensibilidades de um bom par de headphones.

Para aqueles que gostam dos sons de F e Headhunter,'Undivided' ira provocar o efeito desejado por Helixir na sua odisseia sonora.

Buster

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Spark - Dichotomy


Spark é meio hominídeo, meio maquineta. Meio 12", meio Serato. Meio sintetizador, meio bateria.

Completamente DJ, completamente produtor.

"Dichotomy" é o resultado de dois álbuns de que Spark produziu, um no seu computador portátil, outro dirigindo uma orquestra sinfónica, e que colidiram num acelerador de partículas providenciado pelo omnipotente Jinx. Spark proibiu-nos de catalogar o seu álbum com um género musical, mas diversos membros da Monster Jinx sugeriram "Sparkstepnbasshop" como definição para a sua sonoridade. Ou "Serralharia Hop". "Camiãocomlâminasepropulsoresajactostep" também teve muitos votos, tal como "Faíscaunk Espacial".

O conhecido vilão Duas-Caras já se pronunciou fã confesso.

Aviso: Desaconselha-se vivamente a audição de "Dichotomy" por parte de pessoas com problemas de bipolaridade.

Mais em:

http://spark.dichotomy.monsterjinx.com e http://spark-mj.bandcamp.com

Como sempre, download gratuito com a opção de pagamento (quantia indefinida - o 0 (zero) funciona)

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Bassweight


Esta disponível, desde passado dia 25 de Outubro o documentário Bassweight.

Ao longo de 1 hora, este retrata o crescimento do género desde as suas origens obscuras no sul de Londres até ao reconhecimento a nível mundial.

Dirigido e produzido pela SRK (Soka Afrika, Graffiti Asia, Rackgaki, Scratching the Surface: Japan), este filme altamente estilizado viaja do berço do Dubstep em Croydon para a Europa, Japão e Brasil, demonstrando o impacto que tem provocado a nível mundial.

O filme contem entrevistas, com algumas das pessoas mais importantes para a continua evolução do Dubstep, como Kode 9, Plastician, Skream, Benga e Mary Anne Hobbs, sendo que esta retrata o documentário como "A beautiful snapshot of a fledgling scene," ,"A scene that would ultimately change the world of dance music forever. You can feel the energy and the momentum in every frame."

Podem adquirir e saber mais sobre este projecto em www.bassweightdvd.com

Bassweight from The SRK on Vimeo.

sábado, 13 de novembro de 2010

Conselhos para melodias descartáveis 04


Esta semana temos o álbum Return From Planet Dub dos austríacos Dubblestandart com a participação do veterano Lee “Scratch” Perry, um lançamento de 2009 e que passou relativamente despercebido. Desde que o pioneiro Lee Perry se reformou das lides da produção e se dedicou a ser apenas interprete (o que lhe permite uma liberdade ainda maior que anteriormente), de escassas e duvidosas colaborações, como o exemplo da sua colaboração de 2008 com Andrew W.K. no álbum Repetance. Neste especifico caso tudo funciona na perfeição, seguindo a linha tradicional Dub do passado sob revestimento contemporâneo e ate de alguma forma futurista. De salientar também a participação de Ari Up, a recentemente falecida vocalista das Slits, banda pioneira no movimento post-punk dos anos 80 com bastantes influencias Dub/Reggae. Esta foi talvez uma das últimas contribuições de Ari Up registadas em álbum.

Os Dubblestandart tomam conta das operações como se vindos das cinzas dos Black Ark Studios, com uma secção rítmica clássica e coerente, algo a que as produções Dub austríacas já nos habituaram. Um ouvido atento reconhecera a origem deste álbum em alguns momentos que se apresenta em dois Cds, sendo o primeiro o de originais e com algumas versões e o segundo de remixes.
A quantidade de colaborações neste álbum e um factor de relevo, tal como a quantidade de referências e adaptações de outras músicas. Em Chase The Devil o clássico de Peter Tosh Out Of Space e revisitado com Lee Perry e logo de seguida Deadly Funny empresta melodias ao Moments In Love de Art Of Noise e Oxygene 4 de Jean Michel Jarre. Remakes de musicas (e nao necessariamente sampling) sao uma constante no mundo do Dub/Reggae e nem sempre atingem os melhores resultados, nao sendo este o caso, já que tudo e condicionado a sofisticação habitual do Dub do norte da Europa. Em Fungus Rock, Lee Perry faz um apelo pertinente aos cuidados com doenças sexualmente transmitidas como so ele poderia fazer. Ao mesmo tempo esta e também uma faixa em que elementos Dubstep (wobbling incluído) e Dub Roots se juntam em plena harmonia.
O álbum segue em grande estilo, lançando influências variadas, do Lounge em I Do Voodoo, Digi Dub em Idiots Dub e ate rock como em Kingston Dancehall.

Entretanto temos a parte dedicada a remixes e versões, em que a vertente Dubstep e explorada mais directamente como em Blackboard Jungle remisturado por Subatomic Soundsystem e em Chase The Devil remisturado por G-Corp. O ponto alto sera talvez I Do Voodoo remisturado pelo veterano do Dub/Jungle/Dubstep de Bristol, Rob Smith. O álbum fecha numa nota certamente alta trazendo de volta o remake de Art Of Noise vs Jean Michel Jarre, desta vez com a participação do realizador David Lynch. Esta mesma musica serve como apresentação ao novo álbum de Dubblestandart editado no final de Setembro onde esta tambem se encontra incluída.

Abraços e até para a semana com o review de Buster.

1Way

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Stream tracks do novo albúm dos Horsepower Productions


Como anunciamos recentemente, os pioneiros Horsepower Productions, lançam o seu novo álbum” Quest For The Sonic Bounty”, a 29 de Novembro.

Agora em formato duo, Benny Ill (membro fundador) e Jay King (nova adição), disponibilizaram para audição 5 faixas do futuro álbum no soundcloud da Tempa (podem ouvir em baixo),para ir saciando a fome a todos os fãs.





Quest For The Sonic Bounty Tracklist:

1. Rain
2. Mexican Slayride
3. 22
4. Water
5. Kingstep (LP Version)
6. 18th Special
7. Damn It (Extended LP Version)
8. Lee Perry: Exercising (Horsepower Remix)
9. Poison Wine

Horsepower Productions - Quest For The Sonic Bounty - "Mexican Slayride" by Tempa
Horsepower Productions - Quest For The Sonic Bounty - "Water" by Tempa
Horsepower Productions - Quest For The Sonic Bounty - "Kingstep (LP Version)" by Tempa
Horsepower Productions - Quest For The Sonic Bounty - "Damn It" by Tempa
Horsepower Productions - Quest For The Sonic Bounty - "Exercising (Horsepower Remix)" by Tempa

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Novo álbum dos Digital Mystikz


No inicio deste ano, os DMZ lançaram o seu primeiro álbum em nome próprio, Return II Space por intermédio de Mala, estando prestes a editarem o segundo álbum desta vez produzido pela outra metade dos Digital Mystikz, Coki.
Sendo lançado a 13 de Dezembro, ira ter o nome de Urban Ethics, estando apenas disponível em formato vinil de 180g.





Tracklisting

A: Shock It
B: Old Hope
B2: Serious
C: Intergalactic
D: Robotnik
E: Animal
F: It

sábado, 6 de novembro de 2010

Conselhos para melodias descartáveis 03


Nesta 3ª edição da ‘Conselhos para melodias descartáveis’, a minha referência vai para um ‘best of’ lançado recentemente: ‘The Royal Variety Show’ pelos Dub Syndicate.
Os Dub Syndicate incorporam (a meu ver) o som mais futurístico ate hoje ouvido em bandas de Roots Dub, som este que se tem vindo progressivamente a afirmar desde a primeira colaboração dos seus dois membros originais (Style Scott e Adrian Sherwood) no principio da década de 80 e estendendo-se ate a data presente. A colectânea em foco, abrange toda a discografia dos DUB SYNDICATE, (28 faixas!) onde se pode apreciar o som diverso que esta banda tem vindo a produzir ao longo do seu percurso musical, sempre centralizado no estilo Dub. São várias as colaborações que se desenrolam ao longo das faixas, com um leque de convidados de luxo a realçar: Lee Perry nas faixas ‘ Train to doomsville’, ‘Jungle’ e ‘You thought is was dead’; Gregory Isaacs, (um dos maiores nomes do reggae, infelizmente recentemente falecido) na faixa ‘Bed of roses’, cuja voz e trabalhada e moldada aos sons característicos da produçåo de Adrian Sherwood; e ainda Luciano, Big Youth e Cedric Myton dos The Congos.
Esta recente colectânea abrange todo o percurso musical dos Dub Syndicate, começando na faixa co-produzida pelos African Headcharge ‘Don't care about space invader machines’ (extraída do primeiro LP ‘Pounding System’ de 1982) transportado-nos de seguida ao som imersivo de ‘Strike de balance’( 1989) com "Hey Ho".
Os Dub Syndicate têm vindo desde sempre a desenhar uma linha marcante e evolutiva no seu trabalho. E de notar que apos o album ‘Acres of Space’ (2001) (do qual a faixa ‘One in a billion’ integra a presente colectânea) os DS comecam a valorizar mais os vocais, e não só os ritmos e ‘mixing desk effects’, mantendo ainda o toque final de ‘overdub’ tão marcante de Sherwood.
Rica em colaborações e ‘qualidades’ sonoras, ‘The Royal Variety Show’ e um ‘must’ para todos os que apreciam o Dub, a sua historia e evolução. A titulo de conclusão, e só de lamentar que a própria editora dos Dub Syndicate
(‘On U-Sound’) tenha lançado esta pérola da música Dub apenas em formato digital... e tenha esquecido o tão amado vinil!

By Buster

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Conselhos para melodias descartáveis 02



Bem-vindos a mais uma edição dos “Conselhos para melodias descartáveis” desta vez a cargo de 1Way. Enquanto ainda se limam as ultimas arestas nisto de escrever sobre discos, decidimos ter a sexta-feira como dia de eleição para o lançamento dos nossos reviews, o que obviamente não aconteceu esta semana, mas que esperamos dar continuidade o mais rápido possível.

Esta semana fala-se de Fallen Light, o álbum de estreia do natural de Manchester, Phaeleh, um músico relativamente novo na cena mas que desde os primeiros lançamentos tem mantido uma qualidade acima da média e com simplicidade e brilho nas suas produções.
Fallen Light não e apenas um álbum para o dancefloor, e também uma viagem introspectiva que se fixa em espaços mentais e estados emocionais preenchendo os requisitos de um “álbum” no sentido lato da palavra, fugindo do conceito comum da compilação de musicas já editadas anteriormente em 12 polegadas em CD.

O álbum abre com Afterglow (com a colaboração da voz feminina de Soundmouse), lançando o mote principal, cheio de melodias ricas e luxuriantes, preenchido por apontamentos vocais estrategicamente posicionados e seguindo quase ininterruptamente para as duas faixas seguintes que, tomando relativamente a mesma forma, ao mesmo tempo formam um crescendo.
Em Plateau temos um ritmo e cadência mais half step com típicos acordes reggae e um linha de baixo a condizer. Badman sobe a escala ligeiramente e presenteia-nos com apontamentos mais escuros sendo um dos pontos altos deste álbum, tal como Mantra que poderá apelar a fans de sons mais percussivos, mantendo a identidade Dub, mas com uma progressão que não funciona mal num dancefloor.
O álbum prepara-se para o fecho com a interessante e curta faixa ambiental Ghosts Of Memories, não sem antes nos presentear com duas óptimas surpresas, Sundown que segue uma linha dub house mantendo uma identidade clara e seria certamente um caminho interessante a explorar e fechando com o épico Fallen Light que nos leva de volta ao passado – 1995, 10am, uma rave num monte, com graves característicos de 2010.•
Numa altura em que os clones dubstep se multiplicam, Fallen Light, não sendo inovador (construído sobre os fantasmas de Burial e Clubroot - o que não e necessariamente mau), se não apela a Djs de hora de ponta, certamente ira apelar a Djs mais aventureiros, a viagens de headphones ou sessões de relaxamento no sofá. Recomendo este álbum e chamo a atenção para os remixes de D-Bridge em Afterglow e Akira Kiteshi para Low.

Abraços e ate para a semana com a recomendação de Buster.

1Way