segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Conselhos para melodias descartáveis 02



Bem-vindos a mais uma edição dos “Conselhos para melodias descartáveis” desta vez a cargo de 1Way. Enquanto ainda se limam as ultimas arestas nisto de escrever sobre discos, decidimos ter a sexta-feira como dia de eleição para o lançamento dos nossos reviews, o que obviamente não aconteceu esta semana, mas que esperamos dar continuidade o mais rápido possível.

Esta semana fala-se de Fallen Light, o álbum de estreia do natural de Manchester, Phaeleh, um músico relativamente novo na cena mas que desde os primeiros lançamentos tem mantido uma qualidade acima da média e com simplicidade e brilho nas suas produções.
Fallen Light não e apenas um álbum para o dancefloor, e também uma viagem introspectiva que se fixa em espaços mentais e estados emocionais preenchendo os requisitos de um “álbum” no sentido lato da palavra, fugindo do conceito comum da compilação de musicas já editadas anteriormente em 12 polegadas em CD.

O álbum abre com Afterglow (com a colaboração da voz feminina de Soundmouse), lançando o mote principal, cheio de melodias ricas e luxuriantes, preenchido por apontamentos vocais estrategicamente posicionados e seguindo quase ininterruptamente para as duas faixas seguintes que, tomando relativamente a mesma forma, ao mesmo tempo formam um crescendo.
Em Plateau temos um ritmo e cadência mais half step com típicos acordes reggae e um linha de baixo a condizer. Badman sobe a escala ligeiramente e presenteia-nos com apontamentos mais escuros sendo um dos pontos altos deste álbum, tal como Mantra que poderá apelar a fans de sons mais percussivos, mantendo a identidade Dub, mas com uma progressão que não funciona mal num dancefloor.
O álbum prepara-se para o fecho com a interessante e curta faixa ambiental Ghosts Of Memories, não sem antes nos presentear com duas óptimas surpresas, Sundown que segue uma linha dub house mantendo uma identidade clara e seria certamente um caminho interessante a explorar e fechando com o épico Fallen Light que nos leva de volta ao passado – 1995, 10am, uma rave num monte, com graves característicos de 2010.•
Numa altura em que os clones dubstep se multiplicam, Fallen Light, não sendo inovador (construído sobre os fantasmas de Burial e Clubroot - o que não e necessariamente mau), se não apela a Djs de hora de ponta, certamente ira apelar a Djs mais aventureiros, a viagens de headphones ou sessões de relaxamento no sofá. Recomendo este álbum e chamo a atenção para os remixes de D-Bridge em Afterglow e Akira Kiteshi para Low.

Abraços e ate para a semana com a recomendação de Buster.

1Way

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