sábado, 29 de janeiro de 2011

Conselhos para melodias descartáveis 12


O norte da Europa tem uma tradição de produtores associados ao dub/reggae já de longa data, e é intrigante a ligação entre países maioritariamente frios com um som de tonalidades quentes, mas os resultados de gente como Kruder & Dorfmeister e Stereotyp da Áustria, Rhythm & Sound da Alemanha entre muitos outros são prova de que musicalmente, quando o sol brilha, é para todos.

Da Dinamarca temos um excelente exemplo disto na editora deste álbum de Resoe (Dennis Uprock), Echocord. Esta editora foi pivotal no desenvolvimento do eixo ambiente/house/techno de inspiração dub com uma extensa lista de edições de artistas como Deadbeat, Mikkel Mettal, Quantec, etc. As aproximações ao Dubstep têm sido frequentes em edições mais recentes sem no entanto serem uma colagem óbvia, mas mais como uma nova camada sonora dentro do género.

Este álbum de Resoe veste as cores do Dub Techno no peito, como já conhecido em produções do mesmo, tanto a solo como com Kenneth Christiansen (dono da Echocord) e também nas edições das suas próprias editoras Braum Records e Pattern Repeat (esta também com Christiansen).
Os ambientes são em grande parte densos mas polidos de forma suave de nuances subtis e envolventes. Ao contrário de grande parte do que sai da cena Dub Techno, Resoe tem uma aproximação mais intensa em relação á composição, com mudanças e camadas mais acentuadas, por vezes soando como se tudo tivesse sido gravado em directo, sendo assim mais espontâneo.
Já se falou de aproximações ao Dubstep e neste álbum estas estão bastante presentes. Resoe toma o caminho menos óbvio e tudo soa mais aproximado a uma mudança de ritmo do que a uma investida a sons do Reino Unido. Neste sentido, enquanto Resoe mantém a sonoridade já familiar da família Echocord, acrescenta sons e ritmos relativamente novos a uma sonoridade por vezes já desgastada. Isto é mais óbvio em faixas como Demoon, Lakeviews e Radikal Alterations. Ao mesmo tempo é em faixas mais tradicionalmente Dub Techno que Resoe deixa sobressair ambientes mais envolventes como em Ediths Serenade, uma faixa não longe de alguns sons de Brian Eno, ou as mais marcadas Mutation, Nachhall e as duas faixas de fecho Syntax Error e Ventura.

A sonoridade deste álbum ira favorecer admiradores da escola Dub Techno norte europeia mas recomenda-se vivamente a iniciados ou interessados em qualquer género inspirado em Dub e aconselha-se também o acompanhamento dos projectos não só de Resoe mas também da Echocord.

Abraços e ate para a semana com o review de Buster

1Way

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