terça-feira, 11 de junho de 2013

Posto de escuta : Aquatic Lab Sessions Volume 2

 

Quatro anos após o lançamento da sua primeira compilação a editora Aquatic Lab (primeira editora de Dubstep e Bass music Australiana) voltou a recrutar alguns dos grandes nomes da cena, aliando-os a uma nova geração de produtores, de modo a gerar um 2 volume da compilação "Aquatic Lab Sessions".

Esta colectânea manifesta a visão vanguardista da editora perante a música electrónica, indo desde o jungle clássico até a novas variantes do Techno, vincando desta forma a sua marca para o futuro.

Responsável por abrir a compilação, Moving Ninja é um artista que começou a sua carreira em 2004 e teve as suas primeiras obras publicadas pela Tectonic Recordings, em “Saw” corta a batida a meio tornando-o um half-step industrial rematado com samples de máquinas e lasers futuristas, possuindo um kick duro mas trespassado e um sub-bass bastante notório, é bem visível o caminho que este artista envereda. 

Em contraste a “Gordon” de Bardeya, dá-nos uma atmosfera harmoniosa e tribal devido aos seus sons de jambés, conseguindo dar-nos um bom ritmo graças aos variados instrumentos que incorpora na sua composição.

Nesta mesma linha, a dupla Subreachers e Kiev com “Crystal Clear” consegue nos persuadir a uma introspecção profunda no decurso desta combinação, mas no final deixa-nos só com a intensidade do puro baixo, como quem finaliza uma sessão de hipnose.

Minimalista é pouco para descrever a terceira música da compilação, autoria de Jon Deville intitulada “Plan B”, esta experiência abstracta do australiano relaciona-se, a meu ver, com o trabalho de ASC na sua complexidade dos sons embora vá construindo a música por tempos até um culminar de batidas sintéticas. 

O turco Gantz traz duas colaborações para este álbum, “Wintershine Music” e “Lifebound”, sendo bastante semelhantes, embora a segunda tenha um ritmo mais pausado, ambas nos transportam para as raízes do dub com as suas percussões em tambores, baixos acentuados e vocais tribais, contudo com uma boa solidez o que já é habitual vindo de este artista.

A seguir temos uma grande colaboração entre Truth e Dutty Ranks que nos apresentam uma grande vibe também na zona tribal com “Only Me”. Um baixo intenso e uma sinfonia bastante agradável são os ingredientes necessários para um sucesso na pista.

Em estreia na Aquatic Lab, os vizinhos Perverse trazem “Hamba” num agitado estado de espírito. Desde uns sons mais primitivos e vocais a condizer, até ao puro electrónico acelerado, será sem dúvida uma música facilmente distinguível entre as outras.

Sendo tribal o epítome deste álbum, “Back to the Roots” foi um título inteligentemente escolhido por Teefreqs. Mais um vez uma música primitiva, mas esta com um hobble bastante agressivo para um contraste satisfatório para uma ascensão australiana.

Em paralelo temos “Dark Tribe” de Seven, que nos leva às festas funerárias indígenas, uma música com uma abundante rítmica causada pelos tambores característicos, um sub-bass acentuado e parece-me uma composição com garrafas a dar os volumes agudos.

Em oposição temos “Transporta” do novato Shredexx, com um som mais sinistro mas muito prometedor, este já tem sido alvo de apreciações de grandes nomes como Distance. Com as suas influências alemãs e londrinas, este homem produz com originalidade e consistência.

Core já é um conhecido por estas bandas e deixa a sua marca neste álbum com “Eagle Scream”, um som um bocado característico com alguns “pózinhos” de influências techno com um baixo espesso e latejante.

Por último o apelidado “ Single of the Month” pela BBC1 e Mixmag, Cluekid inventa “Dusty” como sendo uma ovação ao jungle clássico, um amen beat e um grande baixo que salta frequentemente, deixa qualquer um rendido a este som.

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