segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
Conselhos para melodias descartáveis 14
Se nos últimos anos o sul de Londres tem sido sinónimo de Dubstep, ainda há mais anos que Bristol é sinónimo de tradição Dub.
Com um legado de soundsystems de onde saíram gente como Fresh Four (com DJ Krust e SUV) nos finais de 80, Smith & Mighty (agora a solo como RSD) e Massive Attack nos anos 90, toda a crew da Full Cycle e recentemente gente como Joker, Pinch, Shackleton e Peverelist, poderia dizer-se que Bristol é uma cidade que respira basslines.
Seguindo esta tradição, Peverelist, a sua loja Rooted Records e a sua editora Punch Drunk teem sido um dos pontos mais importantes no desenvolvimento do Dubstep, nunca acompanhando ou seguindo tendências mas sim marcando-as. Esta compilação, só poderia ter sido conseguida vinda de um local onde o espírito comunitário no meio musical é ainda uma coisa que se preserva orgulhosamente, e o facto de Peverelist escolher 26 faixas de editoras que não só a sua e também prova disso.
Não existindo uma separação óbvia entre a velha guarda e a nova escola, haverá talvez uma mudança de tendência por alturas do meio do disco. Se por um lado temos o inicio que inclui clássicos tão essenciais como "Qawwali" de Pinch, "Roll with the punches" de Peverelist, "Vansan" de Appleblim e "Pretty bright light" de RSD, chegando ao clássico dos clássicos desta compilação com os míticos Smith & Mighty (re-editados pela sub editora da Punch Drunk criada propositadamente para o efeito, Unearthed), "B Line Fi Blo", certamente o ponto alto deste álbum, fazendo assim a viragem para sons mais recentes, marcando presença o triunvirato do "purple sound" que é Joker, com "Holly Brook Park", Guido, com "Mad sax" e Gemmy com "Bass transmitter". Outros momentos como "The Grind" por Peverelist ou "Bad apple" por Komonazmuk previam aproximações do Dubstep ao Techno, enquanto "Hypnotize" e "Into the sunset" de Forsaken forjaram as primeiras sementes do future Garage.
A influencia que tanto Peverelist e a Punch Drunk tiveram no desenvolvimento do Dubstep é clara, e tal como para os lados de Croydon, no sul de Londres, a loja Big Apple foi importante na distribuição e como ponto de encontro entre figuras que agora lideram a cena, a Rooted Records marca a mesma posição, mais a norte, mantendo viva uma chama que em outros pontos do Reino Unido se vai apagando. Com um nível de qualidade deste calibre, Peverelist confirma Bristol não só como segunda cidade do Dubstep, mas como selo de qualidade assegurada por um som inovador.
Abraços e até para a semana com o review de Buster
By 1Way
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