sexta-feira, 14 de junho de 2013

A conversa com Matt-U



O convidado especial desta semana do "A conversa", é o conhecido produtor Húngaro Matt-U.

Take a step to Dub - Antes de mais, obrigado por nos teres concedido esta entrevista. 

Para começar, quando é que entras-te neste “ mundo electrónico” e porquê? 

Matt-U - Comecei a produzir em 1997, quando tinha 15 anos. 

Encontrei um programa no meu computador denominado fast tracker e fui deslocando samples aqui e acolá, e dei conta do quão engraçado era fazer peças musicais que representavam o meu estado de espírito na altura. 

Fazia todo tipo de música, desde  House, passando pelo Breakbeat até Happy Hardcore. 
Por volta do ano 2000 fui à Inglaterra, e foi aí que ouvi Drum & Bass pela primeira vez e fiquei rendido (especialmente pelas produções do Kemal), soube imediatamente a direcção que queria seguir. 

Alguns anos passaram até atingir um nível de produção que pode-se mostrar às editoras, sendo que em 2004 tive o meu primeiro lançamento pela Black Sun Empire Recordings. 

TSD -  Após todos estes anos, tens preferência em trabalhar sozinho ou com outros? 

M - Ser produtor significa muito trabalhares por conta própria, hoje passados 15 anos ligado a produção, posso afirmar que me foco na produção principalmente quando estou sozinho no estúdio. 

De longe a longe, é óbvio que beneficias em cooperar com outros músicos para aprender alguns truques, aprender diferentes modus operandi, sendo que também é muito interessante ver como diferentes pessoas abordam a mesma faixa inicial de diferentes maneiras. 

TSD - O que é que sentes acerca da tua evolução musical e das experiências dela adjacente? 

M - Isso é uma boa pergunta! Quando me sinto confortável num género específico, tenho tendência a explorar este ao máximo, aprendendo todos os seus truques e experimentando tudo o que possa, embora acho que é benéfico para um produtor explorar outros géneros musicais. 

Dito isto a minha evolução musical não é muito estimulante ou excepcional, estive durante anos ligado ao Drum & Bass até que mudei para Dubstep, como muitas outras pessoas. 

No entanto, eu gosto de acredito que todos aqueles anos experimentado diferentes sonoridades, valeram a pena e graças a isso criei a minha sonoridade. 

TSD -  Passado quase um ano desde do teu último lançamento pela Black Box, lanças-te no início do mês "Black Lodge" e agora "Frequency". Algum motivo em especial para tal afastamento?

M - Haha, sim, o meu segundo filho nasceu no verão passado e as responsabilidades familiares têm me ocupado muito tempo, além disto sou gerente na Teva Pharmaceuticals Ltd, o que significa responsabilidades a tempo inteiro, desta forma só me sobra as noites para produzir, se pudesse mudar uma coisa, aumentava o dia de 24 horas para 28, de forma a que eu pude-se ter as minhas 8 horas de sono. 

TSD - Neste ultimo lançamento podemos ouvir algumas experiências de Breakstep e heavy dark rollers. Estas ainda a tentar descobrir o teu caminho ou apenas a testar novo material? 

M - Não é todos os dias que há a possibilidade de trabalhar num Ep para uma editora respeitada como a Black Box, a minha ideia foi preencher o ep com músicas a 140 bpm, mas de uma forma que pode-se mostrar todas as sonoridades que explorei ao longos dos anos.

TSD - Gostas-te de trabalhar com o Killawatt? 

M - Foi uma colaboração via Internet, visto ser a maneira mais pratica de colaboramos, uma vez que eu vivo em Budapeste, na Hungria e o Killawatt em Inglaterra.

Basicamente eu enviei-lhe uma ideia inicial, ao qual ele adicionou alguns samples, após 4 a 5 rondas a musica estava feita. 


Ele é uma pessoa muito porreira e um produtor muito talentoso, espero que um dia possamos trabalhar numa faixa "ao vivo".

TSD - Apesar do ep estar ainda muito fresco, como tal sido ao nível das reacções?

M - Ainda fico excitado sempre que ouço as minhas músicas na BBC Radio 1, ver o Skream e Benga a tocar a “Frequency” quatro vezes seguidas no seu programa e a “Threshold” dá-me uma confirmação positiva. 

Visto o ep ser recente, ainda é muito cedo para analisar ao nível de vendas, acima de tudo continuo a ouvir boas respostas e no final do dia é o que me importa realmente! 

TSD -Em termos musicais, qual ou quais os projectos que tem chamado atenção nos últimos tempos? 

M - O meu próximo lançamento irá ser através da Pressed Records; duas músicas com vocais de nomes grandes como os Foreign Beggars, Kyza, Marger e Illaman. 

A ideia de colaborar com eles, veio de lançamentos anteriores da Pressed camp e como eu sempre gostei muito da mistura de Dubstep e Grime em músicas como de Ruckspin, Medison & Kyza – Space. 

Aparte disso tenho gostado do trabalho dos Genetix, do De Niro e do pessoal italiano da NoMad. 

TSD - Musicalmente o que pretendes alcançar num futuro próximo? 

 M - Gostava de poder trabalhar em mais umas músicas de Grime,  tenho mais alguns Mc’s em lista com quem gostava de poder colaborar. Gostava também de testar o meu som em outros géneros musicais, tenho alguns projectos de House que comecei mas nunca os acabei.  

TSD - Para fechar, gostarias de deixar alguma mensagem? 

M - Um grande abraço para todos em Portugal!

Eu estive aí apenas uma vez, durante uma semana, mas nunca me esquecerei visto ter sido a minha lua-de-mel. 


Cumprimentos para a Taylor’s no Porto, nunca pensei estar tão bêbado no final da visita guiada. 

Espero um dia voltar e ver como é a cena aí.

English version in here.

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